segunda-feira, 8 de junho de 2009

Final Feliz (by: R)

Será que existem finais felizes como os que existem nos contos de fadas? Ou será que somos nós que cansados de lidar com a miserável realidade em que vivemos, os inventamos?
Houve tempos em que acreditei que existiam, que podíamos ser “felizes para sempre”, que encontrávamos a nossa alma gémea e nunca mais tínhamos problemas, mesmo nunca, pensando que a vida é eterna na minha ingenuidade de criança. Contudo, a realidade não é assim. É dura e crua. Não tem rodeios para ferir. Mas quem faz da realidade o que ela é?
Quem mais se não nós!? Não podemos culpar o destino ou mesmo Deus por aquilo que nos acontece pois tudo isso é a retribuição do Mundo aos nossos actos.
Em tempos, olhámos à nossa volta e vimos um mundo belíssimo por descobrir, uma aventura em cada esquina só para nós. Tornamo-nos egoístas e cegos…Conspurcámos este mundo que nos acolheu com as coisas mais mesquinhas que existem no mais profundo do nosso. E com egoísmo, gerámos maldade e Escuridão no nosso único lar. Criámos o «mundo de cão» de que nos queixamos e a realidade miserável que enfrentámos todos os dias…E a cada dia tornamo-nos mais cinzentos, perdendo a cor de crianças com que chegamos ao mundo, perdemos a capacidade de acreditar, de sorrir, de nos maravilharmos com as coisas mais simples.
Já reparam como é que uma criança observa o que está à sua volta? Com aquela enorme curiosidade e maravilhando-se com as coisas mais simples como o sorriso dos pais e sorrindo de volta como se tivesse encontrado a pedra filosofal. Nunca se perguntaram porque é que eles se conseguem contentar com tão pouco (ou será que um sorriso é muito?)?
Na minha opinião de observadora e aprendiz de «pessoa», contentam-se com tão pouco porque ainda não foram maculadas pelas «correntes de Escuridão» que governam o mundo. E se voltássemos a ser crianças? E se voltássemos a ser ingénuos, puros e sinceros? Poderíamos recuperar os nossos finais felizes?
E sabem o que acho? Que sim, que seríamos muito felizes, pois o pouco que nos é dado seria-nos suficiente. Que importa o dinheiro ou a beleza para uma criança? Nada. Simplesmente nada! E por nos contentarmos com pouco e por estarmos felizes iríamos atrair mais felicidade e aos poucos e poucos, dia a dia, mudaríamos o mundo à nossa volta. Pois as pessoas precisam de amor para serem felizes, e se tiverem esse amor, se não experimentarem o amargo sabor da realidade, não necessitarão de magoar os outros. Assim transmitiremos «Luz» a todos os que estão à nossa volta como a queda dos dominós até estarmos todos felizes com o que temos.
E o que é a felicidade? É parar de sonhar e parar de procurar mais?
Não. É continuar a sonhar e procurar mais, maravilhando-nos com tudo o que encontrarmos, mas voltando para casa satisfeitos com o que temos, porque o que temos já é muito.
Sabemos amar, odiar, perdoar, magoar, conhecemos o bem e o mal, conseguimos sonhar e acreditar. Aprendamos agora a sorrir para a Vida para que ela sorria para nós!

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